domingo, dezembro 17, 2006

Coordenar tarefas

Coordenar sempre foi uma das minhas tarefas preferidas... Liderar sempre foi um desejo oculto da minha alma. Gosto de o fazer sem que quase se saiba que o faço. Apenas quem me observa sabe que sou eu que lá estou a gerir a situação.
Às vezes há quem pense que ser líder é formidável... Nao sei bem se o que dizem é baseado no que sabem acerca de quem ocupa cargos deste tipo ou de quem assume uma figura em público ou em privado... Não sei sequer se pnso que será assim tão óptimo...
Não me considero diferente do comum dos mortais, nem me parece que assuma o papel de líder todos os dias (pelo menos não conscientemente)... Assumo talvez essa postura quando é necessário cumprir determinada tarefa e quando quero que ela corra de determinada forma... Sou mais uma coordenadora das actividades distribuindo tarefas por quem se disponibiliza fazê-las e, às vezes, concretizando sozinha o que for possível... Não posso dizer que isto me desagrada, até gosto do "cargo"... Gosto de ocupar essa posição... Não preciso ser destacada, nem preciso que seja do conhecimento público... Basta-me saber que o fiz e que o tentei fazer bem feito para que me sinta bem!...
No final vem o arraso... Queixo-me do cansaço mas não me queixo de mais nada... Fi-lo porque quis! Fi-lo porque gosto de ser activa... e discreta!
Quem me conhece sabe o que faço, como o faço, quanto tempo demoro a fazê-lo... Não espero reconhecimento, muito menos gratidão... Faço-o em nome da amizade, ou do amor, ou em nome de nada... Espero apenas que, se um dia precisar, façam o mesmo por mim...

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Ofício: Teacher!!! (Como é?)

Ser professor... O ser professor nos tempos de hoje traduz-se numa vida de "caixeiro viajante"... Todos os anos a mesma incerteza: "_Será que consigo trabalho?", "_Onde ficarei colocado se conseguir trabalho?". As primeiras preocupações do mês de férias (mês de férias... mês sem trabalhos de casa da escola...) prendem-se com o facto de se conseguir ou não trabalho... Uma vez atingido este primeiro objectivo passa-se à fase seguinte... Para onde se vai trabalhar!?... A procura de casa ano após ano é um desespero... A procura de um quarto é pior!... Carregar com roupas, livros, computador, impressora, scanner... (sim porque ou se tem os próprios instrumentos de trabalho ou, na escola, nunca se podem usar os disponíveis já que existem, talvez uma dezena - se a escola for abastada - para uma centena, às vezes mais...). Depois vem a questão das rendas... ou se mora com os pais a vida toda (durante alguns fins de semana, e o tal mês de férias) ou o único ordenado (livre de aumentos, carregado de impostos e há muito congelado) terá que acarretar com a despesa de duas rendas mensais... duas contas de luz, gás, água, condomínio... O ordenado não seria mau mas a tudo isto é preciso acrescentar as despesas com a própria sobrevivência: a comida, a roupa... e mais... o papel, canetas, lápis, tinteiros e outros materiais escolares que têm que ser adquiridos pelo pessoal docente pois não são fornecidos nos locais de trabalho habituais (quem nos dera!!!)
Podia citar aqui muito mais coisas mas tento apenas cingir-me ao que é, de facto, essencial (repararam que nem mencionei o carro? Vou simplesmente imaginar que o nosso belo país idílico tem transportes públicos que funcionam bem - a cumprir horários... é preciso não esquecer que para aqui se contabilizam todas as cidades, mas, também, as vilas, as aldeias, as freguesias.. vales e montanhas, ilhas e continente...)...
Mas falta falar em algo talvez mais importante que tudo o resto, a família, os amigos, aqueles que nos apoiam e nos ajudam a "lamber as feridas" e a ultrapassar os obstáculos... Todos os anos o professor se afasta deles para os ver, quem sabe, três vezes no ano (no Natal, na Páscoa e no Verão), às vezes um pouco mais se o "mês de férias" for passado no mesmo local, às vezes nem isso... A família, essa resume-se ao essencial: pais, talvez irmãos... marido e filhos não é possível... é suposto estes estarem juntos o ano todo mas o ser professor nem sempre permite... Pior!... Às vezes marido e mulher são professores, às vezes todos os anos são colocados em regiões diferentes... Que estabilidade é esta que se dá aos filhos? Obriga-los, como nós, a todos os anos se adaptarem a um novo local, a uma nova escola, a novos amigos... Será justo? E há alternativas? Quais?...
Segundo a opinião pública ser professor é bom! Nada se faz, tem-se muitas férias (não é?)... Então e quem prepara as aulas? Quem elabora os testes, relatórios, material de apoio? Quem corrige tudo isto? Esquecem que esse trabalho tem de ser feito em casa, no horário pós laboral, aos fins de semana, nas "férias"... naquelas horas que deveríamos poder dedicar à família, aos filhos, aos companheiros, aos amigos e que ninguém paga como extraordinárias...
AHHHH! Tanto para dizer.... as palavras que possuo já não chegam para exprimir tantas ideias... tantas queixas...
Podem até pensar: "Primeiro nem todos os professores mudam de casa todos os anos! (pois não! mas a maior parte sim!), nem todos os professores têm trabalho de casa! (mentira! todos, bons ou maus, todos levam T.P.C.)...
Pergunto: "_Será assim tão bom ser professor?" (para mim, é mas talvez porque ainda acredito que a minha profissao tem um objectivo mais grandioso, porque resisto e luto... resignando-me ao congelamento da carreira... à injustiça social de ser considerada apenas uma professora!!). Mas na verdade, trará esta profissão assim tantas regalias? (Deixo a questão em aberto para que não me acusem de ser parcial...... acredito que, de certeza, saberão responder a esta dúvida!?)...

quinta-feira, novembro 30, 2006

Dramas de uma professora!

Toca! A professora chega à sala e entra... Apenas alguns minutos mais tarde chegam os supostos interessados... (já lá vai o tempo em que eram os alunos a esperar... e também já lá vai o tempo em que uma falta era uma FALTA e acabava com as trapalhices/irresponsabilidades, etc...).
É preciso avisar que o caderno, livro e estojo são necessários ou então ninguém os tira da mochila... Continuam com a conversa do exterior, ainda que com um colega diferente, isso é secundário, o importante mesmo é evitar a aula...
A professora olha à sua volta com o sobrolho franzido... incrédula chama à razão uma, duas vezes... grita! Faz-se ouvir! Uma alminha mais caridosa pergunta: "_Qual é o sumário?" E logo outra responde com mais questões: "_Qual é a lição?", ainda não satisfeitos: "_Quantos são hoje?", "_De certeza que é a lição 12 e 13?"- O caos outra vez... Mais um grito! "_Atenção à aula! Eu já respondo a tudo mas uma pergunta de cada vez!".
Entretanto passam minutos grandes... "_Vamos lá começar a trabalhar!", finda a escrita da lição, data e sumário (será isso assim tão importante?) começa finalmente a aula. Mais uns minutos passam para verificar quem fez o T.P.C. (entenda-se trabalho para casa), quem trouxe o teste assinado... Distribuem-se as fichas de trabalho: "_É para avaliação professora?", "_É em grupo ou individual?", "_Podemos consultar o livro?"... Não há tempo para responder a tudo (mas quando vão eles perceber que tudo o que fazem conta para avaliação? até a desordem...) Grita-se!
Começa-se com uma pequena explicação recordando a aula passada mas isso já foi há tanto tempo que ninguém se recorda... (oito dias depois...) Alguém resolve o T.P.C. no quadro, "_Que confusão!" "_Não é nada disso!"... Está tudo errado... Apaga-se e recomeça-se a resolução com uma explicação mais pormenorizada... "_E agora, conseguiram entender?", Parece que não... Procura-se nova forma de explicar tudo outra vez mas entretanto já a turma dispersou... "_Cala-te Chico!"; "_Luís, senta-te direito!", "Joana, presta atenção e não converses com os vizinhos!" Grita-se! Conseguem-se uns minutos de silêncio... aliás... minutos?! Uns miseráveis segundos... poucos... Recomeça tudo outra vez! Começamos a resolver a ficha de trabalho, no quadro repete-se a informação necessária à resolução dos problemas. Percorrem-se os lugares procurando ajudar... Não resulta! Nada resulta! Gera-se o barulho outra vez... Será possível?!? Que confusão!... O desespero é grande... O que fazer? Finalmente toca e como que robots num ápice os livros e cadernos são arrumados e de mochila às costas já meio levantados e em uníssono perguntam: "_Podemos sair professora?" Entre um suspiro e um aceno de cabeça a sala fica vazia outra vez e de cabeça perdida, com os livros em cima da secretária espalhados, a professora apaga o quadro e guarda tudo no devido lugar. Sai da sala com a pasta carregada, fecha a porta atrás de si... Volta a tocar... Como novo e paciente suspiro tudo vai recomeçar dentro de alguns segundos... Mas afinal, ser professor não dá que fazer!...

domingo, maio 28, 2006

VISITAS

Quando a nossa vida está num local que nos distancia da família e dos amigos, estamos sempre a querer ficar mais perto. No entanto, as distâncias não se encurtam só porque nós desejamos!
Na verdade, quando arranjamos tempo e dinheiro para "regressar" a "casa" por uns dias, gastamos umas horitas a convencer o pessoal a fazer-nos uma visita (porque é lindo, porque são umas belas férias, porque tem um clima magnífico, boas praias, etc etc...)... Acabamos é por convidar todos, em vez de apenas quem queremos de facto que nos visite...
Depois sai tudo trocado... Não é que as visitas sejam aborrecidas... o problema surge quando elas estão a passar férias e nós não, e quando lhes custa perceber esse facto...
O desconhecimento do que se faz numa carreira como a nossa de professores, induz a maior parte do comum dos mortais a pensar que nós temos sempre tempo para tudo e, também, que quando chegamos da escola o nosso serviço acabou... Pura ignorância!!!... Na altura em que chegamos da escola é quando de facto começa o nosso trabalho a sério... Aulas para preparar, trabalhos para corrigir.... bahhhhh... n coisas para fazer...
Ainda há a questão da dependência... A gente procura sempre deixar as visitas a sentir-se em casa (embora lá no fundo também desejemos algum respeito e incómodo pelo uso e não abuso das nossas coisas...). Mesmo quando lhes permitimos total liberdade, chaves do carro na mão, o comando do portão e as chaves de casa, parece que algo não foi compreendido... "Nós não vamos, não podemos ir... Não estamos a gozar férias... Temos que trabalhar...!" (Conhecem este discurso?) Na realidade, até parece que é mentira (não é!)... Parece que é suposto explicarmos timtim por tintim o que temos que fazer, porque temos de o fazer e porque tem de ser nesta ou naquela altura... Parece que temos de pedir desculpa por estarmos a trabalhar... Parece que é suposto sentirmo-nos mal porque não podemos dedicar todo o nosso tempo a apaparicar as férias dos outros... Parece que temos de pedir desculpa por termos que viver a nossa vida, segundo o dia a dia que corresponde ao período (grande) de trabalho... Serei eu a não perceber qual é o meu papel como anfitriã? Estarei eu errada?
Da próxima vez que fizer um convite, hei-de morder a língua... Ficar calada... Impedir a voz de sair... Afinal de contas, mais vale só que culpada por não poder saír e fazer de conta que estou de férias quando estou a cumprir o meu serviço (dentro e/ou fora da escola... para não falar nas outras tarefas necessárias à sobrevivência...)...

quarta-feira, maio 10, 2006

SOLIDÃO

Às vezes queremos estar sozinhos mas na realidade, não sei se é a solidão que queremos. Talvez estar sós apenas alguns instantes para organizar as ideias, mas não muito tempo para não nos perdermos...
Há dias em que, mesmo rodeados de gente, estamos sós...Noutros dias, mesmo sozinhos temos o coração aquecido pela presença de todos os que queremos em nosso redor...
Muitas vezes desconheço-me... Perco-me em tantos pensamentos... Não sei o que quero.. Sei que quero... quero sentir que, se for preciso, terei alguém do meu lado. Espero sentir que tenho ali alguém... Tenho-te a ti meu amor... eu sei, lá no fundo sei-o sempre... mas há dias em que preciso de mais... Parece que este discurso é incoerente, talvez seja... mas um dia, quando for capaz de organizar as minhas ideias, quando for capaz de esclarecer isto tudo a mim própria, a seguir esclareco-te a ti.. No entretanto, fica só do meu lado! Amo-te!

domingo, maio 07, 2006

Hoje sentei-me a ver o mar. Senti o calor do Sol no corpo, o rosto ficou rosado por já não estar habituado... Senti a calma inundar-me o espírito! Quem me dera que fosse sempre assim!... Sem horários, sem pressas, sem pensar na lista interminável de coisas para fazer... Só eu... e tu meu amor! De repente regressei à realidade e vi-te ali, de olhos postos em mim... É bom saber que me amas... Fica sempre comigo!...

sábado, abril 22, 2006

ALVORADA

A Lua deita-se no seu ninho de folhas
E o Sol levanta-se da sua cama de cor
Espreguiça-se no azul do céu
E lava a cara na água da chuva
Acarinhando as nuvens que se dissipam...
Veste-se de amarelo quente
E sorri às gentes da Terra abraçando-as
À noitinha boceja e fica cansado...
Banha-se na água dourada do mar
E ao ir dormir
Deita-se na cama cristalina
Por trás da imensidão dos oceanos
Acordando a Lua baixinho antes de adormecer:
_Amiga Lua a sonhar!...
Que eu cansado vou dormir
Leva p´rás gentes do chão
A beleza do teu Luar
Já que eu ainda à pouco acordado
Lhes dei meu coração...
E eu a pensar que isto até era complexo.... Talvez venha a ser, mas para já não é...
Acho que é suposto escrever por aqui ideias, sonhos, emoções... o que me der na real gana.... Como ainda não estou convicta de que irá resultar, fica por aqui só esta pequena mensagem de abertura! Divirtam-se a bisbilhotar a minha vida... Não encontrarão aqui nada que não seja já do conhecimento público! Podia referir algumas alminhas que se encarregam de espanhar as minhas vivências, mas fica para outra vez! Hoje estou só a fazer o testing... 1, 2, 3... testing!